[Liga Sagres] V. Guimarães-Leixões, 2-0

Já se sabia que a fila era longa e faltava, sobretudo, espírito de conquista a algumas das equipas que aspiravam a algo mais do que a manutenção. O V. Guimarães, há quatro encontros a hesitar, chegou-se à frente. Está entregue a candidatura, com o regresso às vitórias frente ao Leixões (1-0).

O que falta para ser oficial? Acerto na finalização, apenas. Apesar de uma ou outra desatenção defensiva a principal pecha da equipa está no ataque. O futebol ofensivo produzido é vistoso, tem qualidade e entusiasma. Mas, na hora do remate, falta ser decisivo. Quando o conseguir, aí sim, a candidatura à Europa será oficial. No terreno, não há muitas equipas que mostram mais do que o V. Guimarães.

E sobre a equipa de Matosinhos, que dizer? Castro Santos não engana e nem quer enganar. Quem deseja futebol espectáculo compre bilhete para outros estádios. O Leixões quer pontuar, custe o que custar. E nem se pode condenar a ideia do espanhol, uma vez que a equipa, com 15 pontos, pode ver esta semana aumentar para três, pelo menos, os pontos para a linha de salvação. Castro Santos é pragmático, é verdade, mas terá de conseguir tirar um rendimento maior da sua equipa.

De cruzamento em cruzamento, veio o golo

O V. Guimarães assumiu o comando do encontro desde o início. Moreno dava a Nuno Assis a segurança que este precisa para praticar o seu futebol e o maestro da casa fez a equipa jogar. Com o auxílio dos alas Marquinho e Desmarets (sobretudo este último), o V. Guimarães começou a carburar.

Faltava apenas acutilância e poder de decisão na frente, para responder com eficácia aos vários cruzamentos tirados. Num deles, curiosamente, de bola parada, Valdomiro fez golo. Bom cabeceamento do central da casa, depois de fugir a Joel. E, no minuto seguinte, o V. Guimarães poderia ter aumentado a vantagem. Andrezinho, após passe de Desmarets, não conseguiu bater Diego, atirando contra um defensor contrário.

Antes do intervalo, a equipa perdeu Custódio, que se lesionou sozinho, mas o futebol da casa viria, inclusiva a melhorar, após o reatamento. O melhor período do Vitória no jogo aconteceu nos primeiros 15 minutos do segundo tempo, altura em que Rui Miguel quase fez um golaço, após boa combinação entre Nuno Assis e Desmarets. Pouco depois, Andrezinho voltou a desperdiçar soberana ocasião para matar o jogo, após um desvio de Fernando Alexandre para a própria baliza, que bateu no poste.

Sem timoneiro, nau vitoriana treme

A segunda lesão feriu o Vitória. Se a equipa ainda sobreviveu à perda de Custódio, sem Moreno, que vinha a fazer uma boa exibição, tudo se complicou. O Leixões sentiu o adormecimento e cresceu. Castro Santos lançou João Paulo e Braga, para um ataque que já tinha Pouga e Sony.

O Leixões, sem criar lances de golo iminente, foi perigoso como nunca tinha sido na partida e obrigou o V. Guimarães a passar por dificuldades que não se esperavam, ainda que ténues.

Tudo ficou sentenciado a três minutos do fim, quando um brilhante trabalho de Nuno Assis, culminado com um cruzamento de trivela, foi correspondido com o toque fatal de Rui Miguel. Mesmo sem o timoneiro Moreno, a nau vitoriana chegou a bom porto. Os conquistadores deram o pontapé na «mini crise», ultrapassam Marítimo e Nacional na tabela, igualam a U. Leiria e são sérios candidatos à Europa.